terça-feira, 18 de outubro de 2011

ORAÇÃO EM LÍNGUAS


"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito."I Cor 14,2

            Muitas pessoas, ao participar pela primeira vez de um grupo de oração, e até mesmo pessoas com algum tempo de caminhada na Igreja, se perguntam sobre a necessidade da oração e do louvor em línguas.            

De fato, com a Renovação Carismática se expandindo, a oração em línguas se tornou mais conhecida entre os fiéis da Igreja. Mas, o que é realmente a oração em línguas?            

Ao lermos At 2,3-13 (a vinda do Espírito Santo), percebemos como o Espírito Santo se fez presente em Pentecostes, e como houve a primeira grande manifestação da oração em línguas. Guiados pelo Espírito Santo, os apóstolos que estavam reunidos no Cenáculo com Maria, começaram a falar em outras línguas, conforme Espírito Santo lhes concedia que falassem.            

Nessa leitura dos Atos dos Apóstolos percebemos o primeiro entendimento a respeito da oração em línguas: oração em uma língua diferente não estudada por aquele que pronuncia, porém entendida.           

Mas, a oração em línguas como conhecemos é mais que isso, é a forma de chegarmos a Deus por meio das nossas palavras. Quanto nos faltam palavras em nossa língua para nos comunicarmos com Deus, o Espírito Santo nos inspira palavras novas, uma nova língua, com a qual podemos louvar e bendizer a Deus.            

Em Coríntios 12,10, encontramos o segundo entendimento a respeito da oração em línguas, diferente daquele encontrado nos atos dos apóstolos: Não se trata de falar com os homens, mas de falar com Deus. É um modo de oração, na qual aquele que reza em línguas "edifica a si mesmo"(cf. I Cor 14, 4).            

Na Igreja de Corinto, esse dom era comum. Todos estavam familiarizados com ele. Por isso, Paulo não se detém na sua descrição ou explicação como se tratasse de algo novo ou desconhecido para seus leitores. Paulo limita-se a disciplinar o uso desse dom na assembléia corintiana. Daí a dificuldade que temos hoje para entendê-lo.            

"O Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis" (Rm 8,26).            

O dom das línguas não consiste na emissão de simples gemidos ou suspiros inarticulados. É um discurso humano que tem a aparência de uma língua incompreensível tanto para o que fala como para os que o escutam.            

É uma forma de oração particular. Não se destina ao culto público, mas à devoção privada. Não consiste em falar verdadeiras línguas estrangeiras. Não se produz em êxtase, no qual se perde o controle racional dos atos.            

"Aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o compreende: movido pela inspiração enuncia coisas misteriosas" (1 Cor 14,2).            Podemos perceber que o dom de línguas é plenamente uma inspiração dada pelo Espírito Santo. É uma forma de chegarmos a Deus, pois para orarmos e louvarmos em línguas é preciso que estejamos abertos a ação do Espírito Santo.            

Enfim, a oração em línguas é o cumprimento da palavra: "falarão novas línguas" (Mc 16,17b), que o próprio Senhor Jesus proferiu aos onze discípulos após ressuscitar.
Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

INTRODUÇÃO AOS DONS EFUSOS OU CARISMÁTICOS



Os dons espirituais concedidos pelo Espírito Santo à Igreja, são o meio pelo qual somos capacitados a realizar a Obra de Deus até os confins da terra, 1Co 12.1 a 11. Além de capacitar o cristão para a realização da obra do Senhor Jesus, os dons do Espírito Santo são também, como que ornamentos que dão beleza e vida abundante à Igreja em toda sua trajetória aqui na terra. Os dons espirituais só podem ser considerados como tal, quando a vida da Igreja é edificada pelos mesmos.   Os dons sobrenaturais do Espírito Santo têm sempre dois objetivos principais: Glorificar a Deus e Edificar a vida da Igreja. Na manifestação dos dons não há lugar para a glorificação humana nem para o endeusamento de seres mortais e falíveis.

É preciso esclarecer o que: Dons Infusos e Dons Carismáticos (espirituais). Os dons infusos, concedidos por Deus no Sacramento do Batismo e confirmados no Crisma, são 7 “sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus (cf. Is 11,1-2 e CIC 1830). Os Dons carismáticos ou espirituais, são “distribuídos entre os fieis de todas as ordens e graças especiais “ para edificação da Igreja. Ora cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para utilidade de todos” CIC 951- I Cor. 12,1-7.
São classificados geralmente da seguinte forma:
1. Dons de revelação: a) A palavra da sabedoria – b) A palavra do conhecimento – c) Discernimento de Espírito.
2. Dons de Poder – a) O Dom da fé -  b) Dons de curar – c) Operação de milagres ou maravilhas.
3. Dons de Elocução – a) O Dom de profecia – b) Variedades de línguas – c) Interpretação das línguas.
Ao concluirmos afirmamos que os dons espirituais são de extrema necessidade para a vida da Igreja de nossos dias. Porém, entendemos ser necessário um comprometimento maior de todos com a pessoa do Espírito Santo, pois seus dons são dados à Igreja de acordo com a vida no Espírito (Gal.5,16). Não pode haver autênticos dons à parte do Espírito Santo, e sem a devida obediência à Palavra de Deus.

Nestes últimos dias a Igreja precisa estar sempre alerta e vigilante, pois as forças das trevas procurarão se infiltrar no meio do povo de Deus, através do espírito do engano, de tal forma que somente os que tiverem visão espiritual renovada pela Palavra de Deus e pela iluminação do Espírito Santo, poderão enxergar e discernir os ardis e as ciladas do inimigo de nossas almas.